O samba de São Paulo, na figura de Geraldo Filme (1928-1995), é homenageado no projeto "É Tradição e o Samba Continua", uma série de apresentações musicais, em cartaz até 3 de fevereiro no Centro Cultural Banco do Brasil (rua Álvares Penteado, 112 - Centro). No evento, reúnem-se músicos consagrados e os novos nomes do samba em terras paulistas, para a alegria do público apreciador da música brasileira.
O compositor Geraldo Filme atuou na cena musical e artística da capital paulistana. Com o samba-enredo "Solano Trindade, Menino de Recife" levou a Escola de Samba Vai-Vai ao campeonato nos anos 70. Nascido no interior, veio garoto para a capital e era um personagem de carisma no samba de de São Paulo. Como intérprete, gravou um disco solo (relançado há alguns anos em CD) e um trabalho documental chamado "O Canto dos Escravos", junto a Clementina de Jesus e Doca da Portela, fruto de uma pesquisa sobre os cantos do garimpo no Brasil colonial.
Nesta terça, 20 de janeiro, às 13h00 e às 19h30, estarão em cena o Berço do Samba de São Matheus e Dona Inah. Na terça passada, em 13 de janeiro, o compositor Osvaldinho da Cuíca mostrou o samba no pé e muita disposição ― o show de abertura foi realizado pelo Samba da Vela, da zona sul paulistana.
Osvaldinho começou o espetáculo (das 19h30) com o samba "Tiririca", que tem como inspiração uma prática (definida por alguns como uma capoeira rudimentar paulista, chamada também de pernada) que acontecia nas reuniões da velha-guarda do samba paulista no Largo da Banana, das quais participava Osvaldinho. A tiririca, diferente da capoeira, não dependia de instrumentos para acontecer, bastavam latas de lixo e de graxa e o som das palmas para marcar o ritmo enquanto os homens duelavam e se exercitavam. Geraldo, Toninho Batuqueiro e outros bambas se faziam presentes nesta roda de samba na Barra Funda, bairro de laços culturais entre negros e italianos, como a nossa Bela Vista.
O nome do evento no CCBB é uma frase tirada de "Tradição", samba bastante conhecido de Geraldo Filme: Quem nunca viu o samba amanhecer/ Vai no Bixiga pra ver/ Vai no Bixiga Pra ver /O samba não levanta mais poeira/ O asfalto cobriu o nosso chão/ Lembranças eu tenho da Saracura/ Saudades eu tenho do nosso cordão/ Bixiga hoje é só arranha-céu/ E já não se vê mais a luz da lua/ Mas o Vai-Vai está firme no pedaço/ É tradição e o samba continua.
CLIQUE NOS LINKS:
1.Veja a homepage do projeto "É Tradição e o Samba Continua".
2.Leia o texto publicado no Portal Capoeira, que fala da ligação de Mestre Ananias com Solano Trindade, Geraldo Filme, Plínio Marcos e grandes figuras da cena do samba e da cultura popular em São Paulo.
3.Veja no UOL a reportagem em vídeo sobre o evento, que foi ao ar no programa Metrópolis, da TV Cultura (SP).
4.Osvaldinho da Cuíca cantando e demonstrando a malandragem paulistana da tiririca.
http://br.youtube.com/watch?v=RjKSN5vboMk
Parte 2 (continuação):http://br.youtube.com/watch?v=_NxIc2Y8OAA&NR=1
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