quarta-feira, 31 de março de 2010

NOS ANOS 70, MESTRE ANANIAS ATUANTE NOS PALCOS E NOS ESTÚDIOS


Texto: Carlos Primo Vaz
A imagem acima reproduz a capa do disco em que Mestre Ananias Ferreira gravou pela primeira vez cantigas de capoeira.  O ano corrente era 1979, tendo Mestre Ananias 55 anos de idade. Ele diz terem sido três dias de gravação no estúdio de Pedro Sertanejo, em São Paulo, para a preparação do disco. Mestre Ananias está postado atrás de Mestre Joel, um cantador de bonita voz. Quem os acompanha são Dadinho e João Brás.

Sempre exigente com a afinação e o ritmo, nosso mestre continua aos 85 anos no comando de uma  harmoniosa bateria (para vê-la em ação, basta estar presente às rodas de terça-feira na Casa Mestre Ananias).

Com alguma sorte, é possível encontrar o disco em lojas de usados (o conteúdo deste long play foi também relançado no formato CD, nos anos 90).

Disco de Balbina - Um pouco antes, em 1970, o sucesso da peça musical Balbina de Iansã deu origem a um LP, lançado pela hoje extinta gravadora RGE.


Para conceber a encenação, que resultaria na gravação do LP, Plínio também "convidou músicos da roda de samba paulista, como Talismã e Zeca, da Casa Verde; Toniquinho, da Império do Cambuci; Marco Aurélio 'Jangada', da Lavapés; Geraldão, da Unidos do Peruche; e Kasinho, da Vila Maria. Juntos, eles escreveram letras, criaram sambas e marcaram com atabaques os pontos de candomblé presentes no texto"*  do dramaturgo.

No enredo da peça, Balbina é adepta do candomblé e se apaixona por um rapaz de um terreiro adversário. No transcorrer da história, o casal é obrigado a abdicar da religião que praticava, para poder viver o romance.

*(trecho de Plínio Marcos, a flor e o mal, 1993, redigida como tese de doutorado na ECA-USP por Paulo Melo) 

Na fotografia, as filhas de Santo de Balbina de Iansã, que na montagem eram do Povo de Pedra Branca, como Mestre Ananias: Lucila Potroquinha (Ogum), Lígia de Sá (Yemanjá), Clarinda Pedro (Oxossi), Hilda dos Passos (Oxum), Dayse Camargo (Obaluiaiê) e Marlene Caiubi (Xangô). A imagem consta no catálogo da encenação (com fotos de Vicente Parisi e Bia Parreiras).


Nenhum comentário: